Não é todo dia que nossa casa pega fogo. E eu, que nunca quis fazer do Porcolitro um diário de bordo, não pude conter o ímpeto de compartilhar esta aventura que inspirou os mais (e menos) ousados trocadilhos.
Fato: pais viajando, crianças em casa... situação de altíssimo risco. Ocorre que, em vez de promover um bacanal, experimentar drogas raras, acordar ao lado de um completo desconhecido com um balde de vômito e descobrir que aquela porcelana chinesa do século XIV está quebrada para nunca mais, em vez de estourar o limite do cartão de crédito de emergência, em vez de tudo isso, as crianças decidiram botar fogo em casa e não no sentido metafórico do termo.
A vida até corria bem nesse fim de semana: eu teclando com o amigo Iuri, reclamando do frio cortante, enquanto as coisas iam ficando quentes, mais quentes que nunca. O estopim: uma batata fritando e novo filme da Sharpay para começar. Os agravantes: alguém que achou que se apagaria a labareda jogando água (de longe) e outro que não sabia apertar o gatilho do extintor de incêndio.
Seria este o cenário do trágico fim de quatro donzelas indefesas, não fosse o heróico e destemido vizinho apagar nosso fogo e os quinze homens, enfermeiros, policiais, e - é claro - os bombeiros másculos com seu mangueirão característico.
Fosse eu mais ligeira, teria fingindo um desmaio ou palpitação: aquela cena, eu em trajes mínimos, bombeiros a meu redor, perguntando meu nome, telefone estado civil (hehehe)... De fato, como no provérbio chinês, a oportunidade perdida não volta mais. Lembrei logo de um tempo distante em que a (amada) Carla e eu compartilhávamos nossas taras por homens de uniforme.
Aí dizia eu para o gentil policial: "por favor, queremos que conste no Boletim de Ocorrência que nós contatamos o corpo de bombeiros", ao que seu parceiro respondeu "ué, não sei porque isso tudo quando fala de bombeiros, o que têm os bombeiros para causar tanto alvoroço?".
Naquele momento entendi: aquele policial, o não gentil (que riu quando disse que eu era professora, "ganhando bem, hein" disse ele; "temos o mesmo patrão", respondi), sofria com o privilégio de que gozam os bombeiros nas taras e no imaginário social. São sempre eles, os heróis. Isso não deve ser justo a policiais bonitões e simpáticos. Perguntei-me se aquele samango, o não gentil, teria sido um dia gentil e fora brutalmente desiludido pela má fama de sua corporação. Se ele estiver lendo este post, quero mandar esta mensagem de apoio: "Não desista de seus ideais, meganha ex-gentil".
Frases da semana: "Qualquer coisa, não mande sinal de fumaça" (Ricardo)
"Queima os pecados dessa casa, Jesus" (Clara)
"Atividade paranormal" (Peta)
"Estou com você até embaixo das cinzas" (Marcos)
"Hot, hot, hot" (Fernando)
Em tempo: as galinhas de Portugal, do tempo, os pingüins de Ribeirão se safaram. Já a corinthiana da geladeira, veio a falecer degolada. Ponto para o reino animal.
meganhas
ResponderExcluirsamangos
macacos
gambés
zomis
milicos
mikes
tiras
Poesia erótica pra Marília.
é, má, alguém deu ouvidos ao caetano: "Eu quero é botar fogo nesse apartamento". No caso, na sua casa. "E vc (nem eu a princípio) não acredita!"
ResponderExcluirQto ao comentário do Fernando, "zomi" é o mais engraçado, kkkk.
zomi! kkkkkk
ResponderExcluiré meio africano até. "chegue ligeiro, irmã, chame os zomis para apagar esse fogo".
Espero que a próxima vez que você precisar ligar para o bombeiro seja pra apagar outro fogo ... rs.
ResponderExcluirBjs.
Se eu soubesse que minha irmã ficaria dias sonhando com os bombeiros, ou zomis, teria dado ouvidos ao caetano mais cedo e, de preferência, num dia em que a Alice não estivesse em casa.
ResponderExcluirPORRA MARÍLIA, nossa casa pegou fogo!!
Depois de ver a cozinha em chamas, Marília exclama:
- Cecília, chama o vizinho que eu chamo os-zomis.
ela pensou em tudo, desde o começo.