Porcolitro

Porcolitro era um leite muito safadinho, derramava sempre. Os outros litros falavam para ele: cuidado, você vai acabar sujando tudo. Mas o litro não estava nem aí, todo dia fazendo a mesma coisa. Até que um dia veio uma fada e transformou o litro em porco, num porcolitro, que protagonizou mil aventuras...



Créditos das aventuras de Porcolitro: Milton Nascimento e Maria Dolores Duarte.
As aventuras a seguir são por minha conta.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Saiu na folha.com

Vacas leiteiras podem ajudar na produção de biocombustíveis


Concordo. Mais uma vez a folha mandou dentro! Essa vida de ficar de lá para cá no pasto, tomando chuva de granizo no lombo e se espremendo em leite está fácil demais.
O mundo precisa de biocombustíveis e as vacas podem e devem ajudar! Aliás, não só as vacas, como também os cães e os porcos, os porcolitros e galinhas. E, num futuro próximo - quem sabe? - os animais selvagens.

Seria o contrário da revolução de Orwell e eu já posso imaginar a linha de produção. Os animais quem têm por habitat a periferia capitalista cuidarão das lavouras: as onças pintadas fariam a segurança latifundiária, expulsando invasores oportunistas. As jiboias sulcariam as terras com seus corpos roliços e pesados. Adestrados, beija-flores e araras germinariam o solo. Já o fazem há anos, não poderão nem nos acusar de interferir no ecossistema. Os micos-leões, ainda não sei... poderiam usar suas pequenas mãozinhas para descascar as mamonas ou separar as sementes. Apesar de que, com aquele rostinho cheio de expressões humanas em micro-miniatura poderiam chegar em um cargo de gerência. Sei lá.

Neste futuro que nos bate à porta, os peixes de água doce serão transferidos para aquários ultra modernos e interativos. Com um touch, a mulher neurótica da neocontemporaneidade escolherá sua pesca. Os rios estarão ocupados por um tráfego intenso de esquadras não tripuladas levando suprimentos do interior ao litoral. E nem maria-fumaças nem violeiros andarilhos percorrerão as velhas carcomidas ferrovias.

Nas indústrias, símios intelectualmente semelhantes a humanos substituirão seu trabalho e serão orientados por vídeo-conferências de chimpanzés. Não os novaiorquinos, aqueles arrogantes. Nem os londrinos, muito caretas! Mas talvez os sul-africanos, guatemaltecas ou hindus. E a macacada, que nunca foi boba nem nada, aprenderá a mexer os quadris seguindo o ritmo ancestral de além-mar.

Nós, humanos, não teremos com o que nos preocupar. Não haverá mais trabalho, nem exploração de semelhantes, nem a máxima especialização. Esvaziar-se-ão as faculdades e academias, ninguém mais precisará disso. Com o fim do happy hour, os botecos falirão. Bom, a evolução presume alguns prejuízos.

Analfabetas, as novas gerações trancar-se-ão em ambientes virtuais, queimarão todos os livros. Será uma era de prosperidade jamais imaginada por nossa espécie.
E ninguém se lembrará de agradecer às vacas leiteiras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

derrame seu leite aqui