Li certa vez na contracapa de um livro que tenho do Gabito - o "A revoada (O enterro do diabo)" [La Hojarasca] - que "todo bom romance devia ser uma transposição poética da realidade". E digo um livro que tenho, pois foi esta minha única relação com o livro, até hoje. Nunca sequer o abri. Mas gosto que ele exista ali na estante, com aquela presença cruel dos livros que exigem ser lidos.
Na semana passada, minha amiga artista, a Melissa, disse que sou muito profunda. No embaraço, concordei: em tudo percebo graça e sentido e não vejo remédio para isso. E se alguém tiver, me dê receita, porque nunca resisto em mergulhar na surrealidade cotidiana. Outro amigo, o Vi, em seu blogue 'Tempo Líquido', percebeu que há alguns recônditos do universo racional que não encontramos na sobriedade.
E o universo racional também padece de revoluções. Quando o dente da Alice ficou mole, fiz o papel de tia pedagógica para acalentar seu espanto da janelinha iminente. Vasculhei no youtube alguns vídeos para mostrar a ela que não se tratava de um momento assim tão terrível. E olha só o que encontrei: uma menina se despedindo de seu dente lácteo - como a galáxia? - ao som de Tim Maia. Veja lá isto e me diga: só eu que achei sensacional?
Bom, tivesse sido assim há poucos meses quando fui tirar os tais dentes do ciso, com um Tim Maia ao fundo, talvez eu até tivesse voltado. Ah propósito, quando eu crescer eu quero ter um blog...por enquanto me contento em escrever no seu...
ResponderExcluirNo meio da normalidade, do cotidiano sem novidade aparente, um flash mt legal, a menina ouvindo "Ela partiu", embora estivesse mais ligada mesmo na partida do dente.
ResponderExcluirA poesia se enconde, aqui e ali, e aparece pra nós darmos um sorriso.
valeu pelo link, marília. Até mais.