Porcolitro

Porcolitro era um leite muito safadinho, derramava sempre. Os outros litros falavam para ele: cuidado, você vai acabar sujando tudo. Mas o litro não estava nem aí, todo dia fazendo a mesma coisa. Até que um dia veio uma fada e transformou o litro em porco, num porcolitro, que protagonizou mil aventuras...



Créditos das aventuras de Porcolitro: Milton Nascimento e Maria Dolores Duarte.
As aventuras a seguir são por minha conta.

sábado, 19 de abril de 2014

Jet lag (ou A mulher que amei um dia ou Ode ao sutiã de bojo)

A mulher que amei uma noite
num canto de boate qualquer
era fria e quente
uma fervura de sal

A mulher que amei uma manhã
num canto da casa qualquer
era pronta e diferente
um afeto sazonal

A mulher que amei uma tarde
num banco de parque qualquer
era morna, fluente
um calor equatorial

Eu lembro

havia um balanço em seu quadril
cabelos grudados na nuca
riso tão fácil
para uma felicidade impossível

não pude tocar-lhe a alma
nem as mãos
nem os seios
os peitos firmes, despojo
rijos de nojo
duros do bojo

Eu, nu, em casa, de graça
Ela, armada, em prantos, couraça
Eu: amar cura
amargura
Ela: amar dura
armadura



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