The Midnight desease

"Eu me sento, religiosamente, toda manhã. Eu me sento por oito horas, todo dia - e ficar sentado é tudo. Durante o dia de trabalho de oito horas, escrevo três frases que apago, antes de deixar a escrivaninha em desespero."

Carta de Joseph Conrad, em 1898, ao editor e amigo Edward Garnett

A "Doença da Meia Noite", o mal que aflige o escritor diante da página em branco, foi assim batizada pelo notoriamente deprimido Edgar Allan Poe. A noção do autor acometido por surtos de inspiração ou em agonia pela ausência da musa sempre acompanhou a escrita. Mas, uma nova literatura médica ajuda a explicar os caprichos da musa. O sofrimento, no entanto, está longe de ser aplacado...

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,desordens-da-escrita-literaria,852532,0.htm

...

Eu tenho, tu tens, Edgar Allan Poe, Sigmund Freud, Franz Kafka e Albert Camus têm.
Ninguém me jogará a primeira pedra.

Cronicamente

Foi em um dia chuvoso -
desses que trazem maus presságios -,
que descobriram:
não nasceram um para o outro.

Oh! algoz destino!
Oh! miserável fortuna!

Diante da terrível constatação,
da sorte malograda,
da cruel fatalidade,
não lhes restava escolha.

Encararam-se severamente
(brilho obtuso nos olhos,
franzir de testa.)
e decidiram se amar.